quinta-feira, 24 de julho de 2008

O jazz nas veredas do dendê*

Me encontro em New Orleans ao mesmo tempo que no México, e ao mesmo tempo na África ao mesmo tempo em Salvador!
A base do candomblé, a mistura da salsa e a improvisação do jazz.Falo disso porque tudo se sintetiza em uma banda que vi por esses dias aqui na Bahia.
Gerônimo e a Banda Mont Serrat estão se apresentando nesta temporada na escadaria da Igreja do Santíssimo Sacramento, mais conhecida por todos por ser a "igreja do pagador de promessas".
Um som maravilhosamente bem feito, com uma melodia assoante e com uma vibração única.
Muitos dizem que aquele local se tornou um ponto alternativo e de fuga cultural de hoje em dia.
Este show acontece às terças feiras(Nas mesmas em que existe o ensaio do Olodum que custa 30 reais), porque as terças aqui é considerado o dia da benção.Esse é o dia da festa!Tudo fica aberto e mesmo a segurança sendo precária dá pra se sair com a camêra è noite e aproveitar ao máximo pois a multidão é viva assim como o espírito regente.
Parece que na Bahia se encontra uma boa parte da vanguarda musical dos dias de hoje.Fui a alguns vários shows por aqui como desta banda, a de Aloísio Menezes e Cartola e a uma casa aqui no Pelourinho em que rola um som com batidas afro-jazz, chamada Bispo, aos sábados.
Tudo muito maravilhoso e extraordinário, porém uma coisa me intriga e me deixa indignado!!!
A maioria desses maravilhosos músicos e instrumentistas não possuem nem se quer UM patrocinador, o que é uma pena.
Aloísio é um excelente intérprete, Gerônimo um inovador mas contudo o axé de Ivete Sangallo e Claudia Leitte, assim como o pagode(ou Partido Alto, como é chamado por aqui) abafam este virtuosismo eclético e renovador.
Contudo, percebo como nestas horas que a música assim como nossas raízes possuem uma vida própria!
Gerônimo canta ao mesmo tempo em que uma pancada de chuva de inverno banha a sua platéia.A improvisação do jazz se transfigura em uma lona de plástico, assim como a platéia vira um misto de cabelos molhados com guarda-chuvas.
Como se a promessa do pagador continuasse...





*:Título por Lila Richards

sexta-feira, 11 de julho de 2008

A Ironia Veste Acarajé



Sim, afinal de contas o acarajé é um bolinho feito à base de feijão e que é servido em conjunto com o vatapá e o camarão e por aí vai...mas não quero me prolongar sobre isso.

O que gostaria de expor aqui é a indignação a respeito do fato de o Pelourinho, em Salavador, ter sido totalmente restaurado, passado por um processo de reinfraestruturação e após tudo isso ter entrado em um período de decadência.

Através de pessoas do local tive conhecimento que a situação encontra-se tal como é devido ao fato da morte de ACM.(Um dos fatores, talvez)

Não sei se o fato é argumeno pois sou despolitizado, então, "o que é um peido pra quem está cagado?"

Mas indo direto ao assunto do título.

O que mais me intriga é o fato de o atual Ministro da Cultura(Ainda é o Gil, né?), baiano, tropicalista, nacionalista,; saudosista, acima de tudo, estar com os braços cruzados, ou praticamente.

Ainda mais ontem, no escritório, uma mulher chegou até nós com a proposta da criação de um local sócio-cultura.Daí foi indicado à ela o Pelourinho, para que ajude a reimpulsioná-lo e também por ser um centro histórico que aos poucos está voltando a ser degrado.Ela simplismente relevou e disse não ser este o interesse.Qual seria então?

Sabe o que acontece quando a fama de tocar com Michael Jackson e Paul Simon sobe na cabeça?

O próprio Olodum, é caracterizado por ter desaparecido da cena social do Pelourinho.

Antigamente eles tocavam no Largo do Pelô, em frente à Casa de Cultura de Jorge Amado.

Agora, eles tocam em uma praça FECHADA; e em Julho, por ser baixa estação são 35 reais para entrar, agora em Janeiro, são 100!

Que cidadão brasileiro, com seu mísero salário mínimo, iria gastar 100 reais para ir assistir ao Olodum?Nem a Pau!


segunda-feira, 7 de julho de 2008

os meus caminhos


Porque a vida se renova, assim como o espírito necessita de uma nova quantidade de luz para enxergar o novo caminho.E com o passar dos tempos me vejo em vários lugares, em vários momentos que tão pouco me pertenceram ou chegaram a pertencer, mas que significaram muito para mim.Talvez a questão da sinestesia me acompanhe ainda.Talvez a atrofia esteja se desatrofiando.E o mundo gira comigo junto, enquanto milhares de litros de tinta são depejados sobre nós.E rodamos, rodamos tanto que perdemos a noção de profundidade do universo.Tudo se transforma em nada, e a realidade desaparece por trás de um espelho quebrado que se transformará em pó.E viajaremos com ele através das mais infindáveis galáxias, sempre atrás do caminho perdido.Pois a alma retira as forças do escuro, para continuar a brilhar, e o pó se esvai com a intensidade conquistada.Mas continuamos a rodar.


domingo, 6 de julho de 2008



Aonde ir quando se é jovem, quando o mundo apenas começou.Quem vai dizer "Não vai ficar muito tempo", ou o que é certo e errado, ou o seu caminho.
Pra onde ir, eu não sei.
Pergunte à sua mãe, mas exatamente agora ela está brava porque ontem à noite ela brigou com seu pai.
Ela te ajudaria se tivesse um tempo, mas seu pai está triste e sua mãe chora.
Pra onde ir?Eu não sei.
Então você se ajoelha, e anseia com suas esperanças por ajuda, sem conseguir pensar em nada mais.Mas como se reza, e o que se pede?
Pra onde ir?Eu sinceramente não sei.