domingo, 23 de novembro de 2008

Marebréjo Parte 1


É tão estranho.Quando estou em São Paulo, milhões de pessoas passam por mim todos os dias.Sempre as mesmas feições sempre os mesmos gestos, sempre os mesmos passos.A cidade grande, por mais verticalizada e monumentada que é, não me transmite emoções verdadeiras e autênticas em seu conjunto mas sim na parte pelo todo.O frio de seus corredores de ar e sua estética acinzentada meio que me afasta do contato com o diferente ao mesmo tempo que me expõe o contrastante; como também a vila de imigrantes e seus costumes históricos me aproxima da questão antropológica e social.


Quando surgiu o prédio, ele tapou o sol, e aquilo fez com que surgisse uma faixa diferenciada do resto, ali se insere o contraste inicial.


quinta-feira, 30 de outubro de 2008

about me

Passando pela rua, dificilmente reparamos em todos os detalhes que estão encravados nas suas paredes.
Andamos, andamos, andamos....
O sol, sim, o sol.....
Nada é regido de acordo com as normas....qual seria a graça de fazer aquilo que nos mandam fazer?Aonde se encontra a espontaneidade???
Um dia sem problemasUma vida sem frescuras
porque se você encontra tudo o que procurava, qual vai ser a graça?
Sim, e Não.
Siga os seus instintos, escreva o que quiser escrever, afinal de contas, pra quem faz da vida um marêbré-jo vai querer o que mais?
SIM, um marébré-jo

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Quebre a sua Televisão



Você já ouviu falar do Candombe?[se pronuncia Candômbe]
Pois é.Estava ouvindo um cd muito bom de uma cantora chamada Marina Machado(Baile de Pulgas, de 1999), de Belo Horizonte, e através dela descobri a existência disso.


Existe o Candombe, o Congado, o Candomblé; esses dois últimos são mais ligados à magia, com pai de santo, o Candombe tem como mãe dele Nossa Senhora do Rosário, e foi criado pelos escravos que o utilizavam como um meio de divertimento e de defesa contra os senhores de engenho.


No candomblé e no congado podem se tocar quaisquer instrumentos, no candombe existem os três tambus(não tambores) e a caixa batuqueira.Os candombeiros adoram os instrumentos e a sala aonde são guardados pois para eles os escravos, denominados seres de luz permanecem próximos destes.


Essa rica cultura, baseada muitíssimo no RESPEITO, é muito difundida na América do Sul, principalmente no Uruguai, na Região do Rio da Prata; no Brasil existem candombes no Maranhão, em Oliveira, na Pia da Lagoa Santa, em São José da Serra, no Fidalgo.Mas lá em Minas Gerais é que se encontram um grupo maravilhoso o qual eu tomei mais conhecimento.O Candombe da comunidade do Açude, localizado na Serra do Cipó, tem uma força que contagia pela espontaneidade.Durante a cerimônia, os participantes lançam versos curtos, disparados em tom de desafio.Os temas variam da louvação religiosa a amores e ocorrências do dia-a-dia.Muitas vezes, o candombeiro improvisa seu canto e a roda de participantes responde, em coro, com versos tradicionais do tempo dos escravos.Dançando e girando o corpo freneticamente, como que a estar em transe, o candombeiro cede a vez para outro participante entrar na roda.Qualquer pessoa, de qualquer idade, mesmo não pertencendo ao Açude, é sempre bem-vinda a participar.

O Candombe da Serra do Cipó faz uma festa, a de Nossa Senhora do Rosário, no segundo sábado de Setembro.Vale a pena conferir.


Mas se não dá pra ir até o sertão de Minas, tente escutar um pouco os candombeiros da Serra do Cipó na Música "Bagaceira" de Marina Machado que estou disponibilizando aqui no blog.

Quem quiser umas mais "puras", digamos, é só entrar no http://www.marinamachado.com.br/ e ir na parte de downloads que lá tem um cd com 19 faixas, inteiramente grátis, com algumas musicas do Candombe.


Devo admitir que amei, adorei e achei sensacional!

quinta-feira, 24 de julho de 2008

O jazz nas veredas do dendê*

Me encontro em New Orleans ao mesmo tempo que no México, e ao mesmo tempo na África ao mesmo tempo em Salvador!
A base do candomblé, a mistura da salsa e a improvisação do jazz.Falo disso porque tudo se sintetiza em uma banda que vi por esses dias aqui na Bahia.
Gerônimo e a Banda Mont Serrat estão se apresentando nesta temporada na escadaria da Igreja do Santíssimo Sacramento, mais conhecida por todos por ser a "igreja do pagador de promessas".
Um som maravilhosamente bem feito, com uma melodia assoante e com uma vibração única.
Muitos dizem que aquele local se tornou um ponto alternativo e de fuga cultural de hoje em dia.
Este show acontece às terças feiras(Nas mesmas em que existe o ensaio do Olodum que custa 30 reais), porque as terças aqui é considerado o dia da benção.Esse é o dia da festa!Tudo fica aberto e mesmo a segurança sendo precária dá pra se sair com a camêra è noite e aproveitar ao máximo pois a multidão é viva assim como o espírito regente.
Parece que na Bahia se encontra uma boa parte da vanguarda musical dos dias de hoje.Fui a alguns vários shows por aqui como desta banda, a de Aloísio Menezes e Cartola e a uma casa aqui no Pelourinho em que rola um som com batidas afro-jazz, chamada Bispo, aos sábados.
Tudo muito maravilhoso e extraordinário, porém uma coisa me intriga e me deixa indignado!!!
A maioria desses maravilhosos músicos e instrumentistas não possuem nem se quer UM patrocinador, o que é uma pena.
Aloísio é um excelente intérprete, Gerônimo um inovador mas contudo o axé de Ivete Sangallo e Claudia Leitte, assim como o pagode(ou Partido Alto, como é chamado por aqui) abafam este virtuosismo eclético e renovador.
Contudo, percebo como nestas horas que a música assim como nossas raízes possuem uma vida própria!
Gerônimo canta ao mesmo tempo em que uma pancada de chuva de inverno banha a sua platéia.A improvisação do jazz se transfigura em uma lona de plástico, assim como a platéia vira um misto de cabelos molhados com guarda-chuvas.
Como se a promessa do pagador continuasse...





*:Título por Lila Richards

sexta-feira, 11 de julho de 2008

A Ironia Veste Acarajé



Sim, afinal de contas o acarajé é um bolinho feito à base de feijão e que é servido em conjunto com o vatapá e o camarão e por aí vai...mas não quero me prolongar sobre isso.

O que gostaria de expor aqui é a indignação a respeito do fato de o Pelourinho, em Salavador, ter sido totalmente restaurado, passado por um processo de reinfraestruturação e após tudo isso ter entrado em um período de decadência.

Através de pessoas do local tive conhecimento que a situação encontra-se tal como é devido ao fato da morte de ACM.(Um dos fatores, talvez)

Não sei se o fato é argumeno pois sou despolitizado, então, "o que é um peido pra quem está cagado?"

Mas indo direto ao assunto do título.

O que mais me intriga é o fato de o atual Ministro da Cultura(Ainda é o Gil, né?), baiano, tropicalista, nacionalista,; saudosista, acima de tudo, estar com os braços cruzados, ou praticamente.

Ainda mais ontem, no escritório, uma mulher chegou até nós com a proposta da criação de um local sócio-cultura.Daí foi indicado à ela o Pelourinho, para que ajude a reimpulsioná-lo e também por ser um centro histórico que aos poucos está voltando a ser degrado.Ela simplismente relevou e disse não ser este o interesse.Qual seria então?

Sabe o que acontece quando a fama de tocar com Michael Jackson e Paul Simon sobe na cabeça?

O próprio Olodum, é caracterizado por ter desaparecido da cena social do Pelourinho.

Antigamente eles tocavam no Largo do Pelô, em frente à Casa de Cultura de Jorge Amado.

Agora, eles tocam em uma praça FECHADA; e em Julho, por ser baixa estação são 35 reais para entrar, agora em Janeiro, são 100!

Que cidadão brasileiro, com seu mísero salário mínimo, iria gastar 100 reais para ir assistir ao Olodum?Nem a Pau!


segunda-feira, 7 de julho de 2008

os meus caminhos


Porque a vida se renova, assim como o espírito necessita de uma nova quantidade de luz para enxergar o novo caminho.E com o passar dos tempos me vejo em vários lugares, em vários momentos que tão pouco me pertenceram ou chegaram a pertencer, mas que significaram muito para mim.Talvez a questão da sinestesia me acompanhe ainda.Talvez a atrofia esteja se desatrofiando.E o mundo gira comigo junto, enquanto milhares de litros de tinta são depejados sobre nós.E rodamos, rodamos tanto que perdemos a noção de profundidade do universo.Tudo se transforma em nada, e a realidade desaparece por trás de um espelho quebrado que se transformará em pó.E viajaremos com ele através das mais infindáveis galáxias, sempre atrás do caminho perdido.Pois a alma retira as forças do escuro, para continuar a brilhar, e o pó se esvai com a intensidade conquistada.Mas continuamos a rodar.


domingo, 6 de julho de 2008



Aonde ir quando se é jovem, quando o mundo apenas começou.Quem vai dizer "Não vai ficar muito tempo", ou o que é certo e errado, ou o seu caminho.
Pra onde ir, eu não sei.
Pergunte à sua mãe, mas exatamente agora ela está brava porque ontem à noite ela brigou com seu pai.
Ela te ajudaria se tivesse um tempo, mas seu pai está triste e sua mãe chora.
Pra onde ir?Eu não sei.
Então você se ajoelha, e anseia com suas esperanças por ajuda, sem conseguir pensar em nada mais.Mas como se reza, e o que se pede?
Pra onde ir?Eu sinceramente não sei.

domingo, 25 de maio de 2008

Existiria um contraste superior ao da vida e morte?


Não sei.
O tempo passa como um solavanco, como um avião tentando decolar, como um tropeção, com um tropeção, um atrás do outro, e a monotonia dos mesmos tons e matizes e um som rouco a te deixar pra baixo e com um vento que não sopra e uma música que não é definida pelas vibrações sonoras.A vida passa.
Daí que surge no meio do seu caminho, não uma pedra, mas um buraco, um precipício, e a vontade de voar fala mais alto que seu medo.Então você se joga de cabeça e sente o vento passando por todo o seu corpo.
Aonde vai parar?Não sei.Só sei que nesse momento você se sente abraçado por algo indefinido que te puxa e o arrasta pra baixo e ao mesmo tempo te enche de alegria.
Não está mais pensando sobre o futuro ou sobre o próximo passo.Nada disso existe mais.
O que importa mais que tudo, agora, é continuar a cair e cair e cair, até que do nada você é impulsionado pra cima e adquire altitude.
Sim, a altitude tão esperada e conquistada nesse momento sombrio e prazeroso, a altitude que te eleva mais que a queda.Que te faz dançar...




sábado, 24 de maio de 2008

Um Bom Momento







Um bom momento é relativo para todos.
Talvez você se contente em ir ao shopping e comprar uma nova calça ou um novo disco, aperfeiçoar seu estilo, conhecer novas pessoas, comer, se sentir atraente, buscar o novo, ser autêntico ou ainda ser alternativo. Mas talvez nada disso signifique um bom momento para você. Talvez naquele momento em que o óbvio estava na sua cara e você só reclamou da situação, interna ou externamente, tenha sido um bom momento para você. Não pela extrema filosofia ou "construtividade", mas por você ter olhado pra trás e ter se arrependido de não ter aproveitado ao máximo o que aconteceu. Sim, a nostalgia envolve o bom momento.Nem sempre, mas o envolve. Quanto mais crescemos mais sentimos a necessidade da evolução(alguns não, rs) e com isso progredimos nossos ideias e nossa maneira de encarar o bom momento.
Isso tudo fez parte de um contexto que se transformou em um bom momento na vida do menino sintético.
Cavucar o lixo e andar por aí com uma amiga de pijamas nunca foi tão excitante para ele, principalmente por saber que aquela seria umas das poucas chances de vê-la novamente esse ano.
É, boa sorte pra todos.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

oi

Testando....
Acho que deve ser assim a maneira de se começar um blog, pela primeira vez, principalmente aqueles que não tem experiência alguma com o tal.
Não vejo mais utilidade no orkut, mesmo sabendo que existem comentários que só caibam nele.Sinto seus últimos suspiros.
Sabe quando você pára e começa a criar um texto perfeito(com regência, colocação pronominal e sufixação) na sua cabeça?Então, meus DIAS estão assim.E logo após a criação me vem o pensamento”Por que não existe uns plugins que transcrivam nossas idéias para textos, ou talvez para uma imagem?”.
Enfim, a questão do blog relacionado à mim é pólêmica, e não, não vou fazer um twitter.Vai ser só mais uma coisa com senha e login que eu vou esquecer que existe, assim como o myspace.
Tanta coisa pra escrever, só me falta esses tais plugins...